sexta-feira, 3 de junho de 2011

RECEITAS - PÃO DE LÓ DE OVAR - RECEITA PORTUGUESA COM CERTEZA


Já conhecia esta receita um bom tempo, porém nunca conseguia fazer direito, até que encontrei a dona Vera que me ensinou a receita direitinho e ela foi ensinar a Ana Maria Braga no programa Mais você, para quem não conhece vale a pena fazer esta receita que é um desbunde.

 O pão de ló de Ovar nasceu na cidadePortuguesa de Ovar.Não se conhecem as razões do surgimento dessa iguaria em Ovar, apenas que tem origem conventual, especulando-se que alguma freira Vareira tenha divulgado a receita a algum familiar ou amigo residente em Ovar. Recorde-se que as comunidades monásticas, nomeadamente as femininas em Portugal, eram integradas por professas oriundas das melhores famílias do Reino, e que estas ocupavam o seu tempo conferindo originalidade e requinte no preparo de doçaria exótica destinada aos seus convidados ilustres.

Sabe-se, entretanto, que a confecção do pão de ló de Ovar é anterior ao século XVIII, sendo referido na obra "Os Passos", do padre Manoel de Oliveira Lírio: "Em 1781, são obsequiados com Pães de Ló de Ovar os Padres que levaram o andor na procissão dos Passos."
A iguaria encontra-se ainda referida na obra de Marques Gomes, no trecho relativo à então vila de Ovar: "Na confeitaria tornam-se notáveis o pão de ló e os ovos moles, rivais dos de Aveiro" ("Aveiro e seu Distrito", 1877. p. 290).

No século XIX a iguaria era confeccionada, com uma ou outra variação, por várias das famílias de Ovar, destacando-se a Arrota, a Virgílio, a Guedes e a Presódias.

Luiz de Oliveira Gomes, da família Arrota, criou o hábito de, nas quadras festivas do Natal e da Páscoa, presentar aos seus clientes e amigos com pães de ló de Ovar, que eram transportados em canastras próprias, cobertas com lona, dando origem a que, o fabrico da iguaria conhecesse incremento no segundo quartel do século XIX. Esse fabrico teve continuidade na pessoa de sua cunhada, Rosa de Oliveira Duarte e depois de seus filhos.

CIDADE DE OVAR
O fabrico, até ao final daquele século, era artesanal: a massa era batida à mão durante duas horas em alguidares de barro vermelho com uma de madeira, e cozido, em formas também de barro forradas com papel de linho branco, em fornos de lenha aquecidos com pinhas ou ramos secos. Para testar a temperatura do forno, era utilizada uma vara comprida, levando na extremidade uma tira de papel de linho branco, devendo permanecer no interior do forno durante o tempo de orar um pai-nosso, ocasião em que se invocava uma boa cozedura. Uma forma de tamanho médio consumia um arrátel de açúcar

Era tradição ainda que as pessoas da vila fornecessem ovos, açúcar e farinha de trigo, levando para si as claras restantes e pagando o chamado "feitio de fabrico". Para o transporte dos pães de ló, eram utilizados cestos ou tabuleiros utilizados exclusivamente para esse fim, guarnecidos por panos de linho bordados.

O pão de ló de Ovar tem o formato de uma broa, de massa muito leve e fofa. Na parte superior há uma finíssima côdea húmida, de cor levemente acastanhada (o "ló"), circundada por uma orla de massa cremosa em tom amarelo-ovo, com fragrância característica. É tradicionalmente envolvido em papel de linho branco.

Confira a receita que a Dona Vera me ensinou
 

PÃO DE LÓ DE OVAR

INGREDIENTES
- 1 panela de barro (+/- 25 cm de diâmetro)
- 1 folha de cartolina branca
- 1 folha de papel manteiga
- manteiga para untar

- 18 gemas
- 250 g de açúcar

-100 g de farinha de trigo peneirada

- 4 claras batidas em neve

MODO DE PREPARO
1º - Forre o fundo de 1 panela de barro (+/- 25 cm de diâmetro),com 1 folha de cartolina branca e 1 folha de papel manteiga e unte com manteiga. Reserve.

Obs.: A panela tem que ser de bordas altas, pois o pão-de-ló cresce muito e isso faz que a massa não derrame durante seu cozimento. A cartolina é usada para dar firmeza no pão-de-ló e não deixa queimar o fundo e para que o meio do pão-de-ló fique cremoso e o papel manteiga serve para o pão-de-ló não grudar e formar o embrulho.

2º - Numa batedeira coloque 18 gemas, e 250 g de açúcar, bata em velocidade alta pó 30 minutos, ou até que dobre de volume e fique um creme esbranquiçado (textura de marsmalow).

3º - Desligue a batedeira e polvilhe 100 g de farinha de trigo peneirada e misture com auxilio de uma colher de pau ou um batedor de arame. Acrescente as 4 claras batidas em neve e misture novamente  com auxilio de um garfo.

4º - Transfira a massa para até a metade da panela reservada e leve ao forno pré-aquecido a 180ºC por 30 minutos. Retire do forno e deixe esfriar. Por cima ficará uma camada bem fina e dourada e por dentro como se fosse um pudim.

 
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