sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

PF NORDESTINO - BAIÃO DE DOIS

Hoje levei a familia num restaurante tipico nordestino aqui perto de minha casa e cada um pediu o cardápio executivo e pasmem por R$10,00, até pensei que viria aquele PF que costumamos ver por aí , até que pra minha surpresa vei um PF bem ajeitado e bem farto, apenas a minha filha pediu o famoso bife, feijão e arroz, os demais resolveram comer um baião de dois com carne de sol. Estava uma delicia






JOÃO RURAL E SEU FUSCA
Uma coisa que gostaria de compartilhar e acredito eu que quase ninguém sabe é a dessalga da carne seca super rápida, até eu mesmo não acreditava até testar e dar surper certo. Mas os louros desta descoberta não se deve a mim e sim a um estudioso chamado João Rural e está contido em seu Dvd Sabores do Tempo dos Tropeiros.






É só escrever para ele joaorural@bol.com.br, o custo é de R$ 13,00 mais despesas de correio (não esqueça de mandar seu endereço para ele calcular o frete).
















Segue abaixo texto do João rural

Desde que comecei a pesquisar as aventuras dos tropeiros, pelos idos de 1980, quando não se achava quase nada, sempre me intrigava as poucas receitas com carne seca, onde a informação de todas era que a carne tinha que ficar de molho em água por um dia. Então eu ficava encafifado, pensando com meus neurônios. E como fazia o tropeiro que usava muita carne seca?
1-Deixava de molho em uma água e depois voltava no outro dia? Não dava.
2-Pedia pra tropa da frente deixar a carne de molho pra ele comer no outro dia? Não dava certo.
3-Levava um balde, patrona, sei lá o que com a carne na água pra comer no outro dia? Não era possível.

Então, andando pelas serras em busca de histórias, encontrei o velho tropeiro Vardão, que me deu o pulo do gato.

"Tropeiro tirava o sal da carne na hora mesmo". Aí ele foi me mostrar. Colocou pedaços de carne na panela e jogou junto dois punhados de sal de gado.


Você conhece isso? Mexeu bem e deixou falando, agora é só esperar que a carne avisa quando sair o sal.


Como assim? Simples, disse ele, quando a água começar a se mexer, formando uma espuminha, é o aviso que vai começar a ferver. Então rapidamente mexa bem a carne e jogue a água fora. Pronto está sem sal. Será meu Deus? Ele fez e mostrou a mágica, que não soube explicar de onde vinha isso.



SERRA DA BOCAINA
Noutra época, atravessando a Serra da Bocaina, com um grupo de turistas, paramos na casa de um caboclo, pra comer. Lá estava em cima do fogão um bom pedaço de toucinho, super salgado que até formava uma crosta. Não tive dúvidas, fui fazer meu teste ao vivo.


Falei pro dono da casa porque não tinha tirado o sal antes, pra podermos comer o torresmo. Não tem problema, é pra já, faço sem o sal, disse ele. Cortou os torremos, colocou numa panela de ferro, encheu de água e enfiou a mão numa lata cheia de sal e despejou no torresmo. Dai a pouco estava jogando a água fora e deixando fritar o torresmo que saiu no ponto.

Bom, resumindo que a conversa tá longa, cheguei à conclusão de que era pura química dos alimentos e mais recentemente lemos em algum lugar. Como o sal que está na carne seca é bem fraco, devido ao tempo, o sal novo com todas as suas propriedades "chama o sal da carne pra água".


E aí deu-se a mágica química. Já fiz feijão tropeiro pra 500 pessoas, usando o jeito e deu certo. É lógico que o cozinheiro tem que pegar o jeito, assim como muitas receitas, dependem de quem faz. Simples, não?

Um abraço, João Rural , Agora é só você testar e depois me dizer se deu certo ou não.


Já o nosso  Baião-de-Dois é um prato típico da região Nordeste do Brasil, oriundo do Estado do Ceará.Também é bastante apreciado nos estados de Rondônia e Acre. Consiste num preparado de arroz e feijão, de preferência o feijão verde ou feijão novo. É frequente adicionar-se carne-seca (charque).






O termo baião, que deu origem ao nome do prato, designa uma dança típica do nordeste, por sua vez derivada de uma forma de lundu, chamada "baiano". A origem do termo ganhou popularidade com a música Baião de Dois, parceria do compositor cearense Humberto Teixeira com o "Rei do Baião", o pernambucano Luís Gonzaga, na metade do século XX.





CÂMARA CASCUDO
A origem cearense do prato é atestada também pelo folclorista Câmara Cascudo, citando como referência a obra de 1940, Liceu Cearense, de Gustavo Barroso.


O baião, por ser uma mistura de dois elementos da culinária brasileira apreciados e de fácil acesso, o arroz e o feijão, é muito comum em áreas rurais do Nordeste. É possível perceber que ele é feito principalmete à noite para que seja aproveitado o restante do feijão cozido durante o dia.


Para fazê-lo, deve-se cozinhar o arroz cru no feijão com caldo já cozido e demais temperos como cebola, tomate, pimentão e especiarias como o coentro e a cebolinha. Queijo e nata costumam também ser adicionados.


Na Paraíba, é conhecido como rubacão No sertão nordestino, principalmente, é bastante apreciado.


BAIÃO DE DOIS
Ingredientes
1 kg de feijão de corda
200 g de lingüiça calabresa
300 g de queijo coalho
250 g de arroz pronto
1 maço de coentro
1 maço cebolinha
250 g de carne seca cozida e desfiada
Manteiga de garrafa a gosto
200 g de bacon
4 dentes de alho
1 cebola grande
Sal a gosto


Modo de Preparo
Coloque o feijão para cozinhar em água, quando estiver cozido tempere com bacon, alho, cebola e manteiga de garrafa. Frite em uma frigideira a lingüiça já picada. Vá acrescentando arroz, feijão (sem o caldo), carne-seca, queijo coalho, manteiga de garrafa e por último coloque o coentro e a cebolinha.

 
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