Chegaaa de comer por hoje, tô cansado quero dormir, afinal amanhã é o grande dia e tenho que preparar a cozinha para as oficinas gastronômicas e me preparar para jacarezada.
Olha o Sol aqui não dá trégua não.... é muito calor ... ainda bem que o local que a cozinha ficou na praça tem refrigeração, acho que é por isso que o povo daqui é bem caloroso e afável.
Sabe o que foi mais bonito de se ver, foi toda a galera da Universidade trabalhando, ralando muito pra colocar o Festival pra rodar. Felipe (carinhosamente apelidado por mim de Rafael) , Fernanda (que parecia um furacão), Daniela (nosso anjo da guarda na cozinha, eita menina arretada, cuidou da cozinha melhor do que ninguém). Agora diga se não é pra se apaixonar por estas pessoas e não querer sair mais daqui??? Tinha o Robson, que claro foi meu bola da vez, rsrsrsrsrsrsrsr. Professora Daniela também deu um show de competência e dedicação ao realizar este festival e me perdoe todos os outros por que não lembro o nome, afinal estou andando com um velho (Professor Jorge) e acho que isso está pegando.
Minha Oficina começou 'as 6h da tarde e eu tinha duas horas para preparar a receita que trouxe, que foi a Moqueca do Serrado. A minha ideia era levar ingredientes desconhecidos na cidade para fazer integração de regiões, e eles se surpreenderam com o Pequi, um fruto do cerrado muito peculiar e com características intensas.
Ahhhh, mas tinha uma Goiana no pedaço, sim uma agrônoma chamada Francisca ou melhor Dona Francisca como é conhecida. Dona Francisca junto com o seu marido tem um criatório de camarão na ilha do sal, na foz do Rio São Francisco que dizem ser um lugar paradisíaco, e eu não me convidei pra conhecer o tal lugar, mas não ainda foi desta vez claro que vou querer voltar, imaginem eu assim como a Marta (mãe do Robson, que não emprestou a mesa do oratório dela, rsrsrsrsrsr) na beira do Rio com encontro do mar falando assim:
- O Homi!!!!!!! Pega lá um camarãozinho e o tal do Homi vir com mais de 15kg de camarão na rede???? Ai esta é a vida que pedi a Deus, rsrsrsrsrsrsrrsr.
Bom, voltando a nossa oficina, sinto cada vez mais estar no caminho certo de aproximar o povo da nossa profissão, tinha bastante gente querendo assistir do lado de fora eu só não sei se era por causa dos meus lindos olhos verdes ou da minha comida. A oficina foi um sucesso e ainda por cima conheci um médico de São Paulo que mora em Sergipe muito gente boa.
Mostrei o pequi, falamos sobre a moqueca que todos sabiam fazer mas não conheciam a origem da receita, do baru de um pouco das culinárias dos outros estados, falamos mal também da Professora Talita, eitaaaaa isso não era pra falar não!!!!!! Rsrsrsrsrsr ainda bem que ela estava presente na aula.
Ao final da Aula fomos convidados por Dona Francisca a ir almoçar em sua casa no dia seguinte, é claro que me fiz de difícil por apenas dois segundos eu disse apenas dois e aceitei. É camarão minha gente !!!!!! eu só dispenso camarão no Rio de Janeiro por que é caro, mas aqui no Nordeste ??? já mé!!!!!!!!
Então tá, oficina realizada , trabalhamos muito agora está na hora de nos divertirmos um pouquinho, afinal não somos de ferro, mas esta parte eu vou pular por que vai que a patroa lê este blog!!!! Aí eu tô ferrado.... vamos passar pro dia seguinte .
Acordei com uma baita dor de cabeça, acho que foi por causa da manga que comi, rsrsrsrrsrrsrsrsrsr... ah tá Chef Marcio Moreira foco, foco e foco.
Fui pra faculdade depois do café da manhã, este por sua vez poderia ser chamado de almoço, o povo aqui não brinca muito não, é muita coisa , carne seca de vários tipos, ovo frito , mexido, cuscuz, munguzá, cachorro quente, macaxeira, sucos diversos, farofa, canjica.. quer mais???? Então vem aqui no hotel Laçador do seu Doge pra conferir!!!!
Cheguei na UFAL um pouquinho estufado e com uma lombeiraaaa??? Por que será???? E os meus ajudantes já estavam com a mão na massa picando as verduras para o nosso jacaré. E eu só pensava no camarão da Dona Francisca..... Deu meio dia e não quis nem saber, parti para casa da Dona Francisca com a Talita Espósito.
Chegamos na casa da Dona Francisca e fomos recebidos como uma mãe recebe um filho em sua casa, lembrei muito de minha mãe e me deu vontade de chorar por que também queria que ela estivesse ali presente para sentir o carinho daquela senhora e de sua família. E isto minha gente não tem preço, não tem dinheiro que pague. Fui logo pra cozinha ver o que estava saindo e olhe que vejo no forno ????? um escondidinho de camarão que estava me deixando louco, uma bistequinha de porco, arroz de limão que tinha ensinado a ela no dia anterior, farofa, camarãozinho ensopado, deu água na boca?????? Nossa e eu ainda tenho que fazer jacaré ??? deveria ser proibido ...
Então tá né???? Vamos comer por que foi pra isso que viemos... mas primeiro pra aguar a sua boca, comemos um camarãozinho de aperitivo acompanhado de um proseco, xique né??? Não é pra qualquer um não meu fio.... rsrsrsrsrrss.
Sentamos pra comer e estávamos num papo maravilhoso eu Dona Francisca, Marta (a mãe do Robson, que chegou de penetra para filar a bóia, ela é radialista da cidade e lembrem-se não me emprestou o aparador, RSRSRSRSR) quando toca o telefone e adivinhem quem é?????? O mala do Professor Rafael falando que estava na hora pois a Tv Gazeta de Alagoas já estava presente pra cobrir a Jacarezada, eu broxei na hora, nem xinguei o homi, rsrsrsrsrrsrsrsrrsrsr. Tudo bem eu estava lá prá trabalhar mesmo, não necessariamente na mesma ordem. Comi mais do que de pressa de tudo um pouco e ainda comi a bisteca de porco com uma Geléia de Pimenta vinda do maranhão simplesmente uma delícia .
Fui pra UFAL preparar ainda o pirão e o arroz, só que minha gente para mil pessoas. Ainda bem que levamos o fogão de alta pressão. Levamos tudo pra praça e montamos rapidamente o mise-em-place da jacarezada, e este era o ponto alto do festival. Só que estava muito quente, o sol parecia quere participar da festa. Começamos por volta das 16 h e estava juntando gente, gente... gente .... muita gente.... deu frio na barriga pela primeira vez, imaginem só minha audácia: um carioca fazendo MOQUECA para os alagoanos???? E ainda por cima de Jacaré?????? Tá bom, quem conhece a nossa panela sabe que a bichinha é grande, sou doido pra cozinhar a minha sogra nela, qualquer dia consigo esta proeza.
A moqueca demorou umas duas horas para ficar pronta, enquanto isto fiquei brincando com a população que estava doida pra comer, mas até do que brincar. E Chegou o Charlie, é aquele mesmo!!! o ganhador do Super Chefe deste ano da Ana Maria Braga, e ficamos conversando, enquanto o jacaré ficava pronto, claro mexendo o caldeirão, eita!!!!!! moleque simpático e profissional, tenho certeza de que vai longe.
Chega minha gente!!! vamos servir logo esta moqueca por que o povo tá doido pra comer e eu daqui a pouco vou ser fuzilado, claro que o meu piloto de teste foi a Fernandinha aquela com pilhas alcalinas. Começamos a servir depois do discurso do Professor Rafael e eu olhando pra ele fuzilando-o por que ele não tinha me deixado almoçar direito. Nossaaaaaaa foi muito bonito ver a panela esvaziando em tão pouco tempo, e não é que o povo comeu e aprovou.
Trabalho realizado, muitas fotos, vou assistir as oficinas dos meus amigos e depois fazer com que Dona Francisca me convide de novo agora pra jantar né???? Gente é desperdício, eu não posso deixar a Dona Francisca jogar todo aquele camarão fora, posso????
Preciso dizer que fomos para casa de Dona Francisca???? Mas não antes de passar no artesanato que ela ajuda a cuidar. Fiquei encantado com tamanha delicadeza e belezura dos bordados e o trabalho de integração social realizado por ela. Vejam as fotos .
Ai meu Deus fiquei com vergonha de aceitar o convite agora pra jantar na casa dela, mas fazer o quê???? Eu sou uma pessoa solicita. Que noite maravilhosa, acompanhado de um bom vinho e de pessoas incríveis, como rimos muito, o professor nem se fale, parecia uma hiena. Também como não rir das histórias da Marta e da Dona Francisca.
Ah!!!!! claro que comemos novamente o escondidinho, a bisteca o arroz de limão, só que agora com gosto e coloca gosto nisto. Tá bom!!!! hora de dormir!!!! que amanhã o dia vai ser puxado, é hora de desarmar o circo para pegar estrada novamente. Dormi feliz e leve por ter conseguido novos amigos e de ter realizado com louvor o trabalho em que a Nossa Panela Brasil se propõe a fazer.
Domingão e nós aqui desmontando a cozinha para pegar a estrada novamente, e o sol nos acompanhando querendo ajudar, mas não antes de passar no Restaurante do Siri e comer a famosa moqueca de siri, acompanhados é claro da Professora Talita, do Felipe e da Daniela, que tarde maravilhosa ao lado do veio Chico. Cansados fomos dormir, pois temos que acordar cedo e seguir rumo ao Estado do Rio de Janeiro.
Bom, só quero ressaltar que a nossa viagem foi para descobrir novos costumes e quando falo aqui dos restaurantes, foram os restaurantes a beira de estrada e não das cidades pois não entramos nas cidades que tenho certeza tem comidas maravilhosas. Em hipótese alguma quero denegrir a imagem dos restaurantes, ao contrário, o intuito é de sempre melhorar a qualidade dos nossos restaurantes e o profissionalismo de quem ali trabalha.
Quero agradecer aos alunos da UFAL que me ajudaram e me aturaram, sei que esta foi a parte mais difícil, aos professores que deram um show de competência e carinho ao realizar o 4° Festival do Baixo São Francisco, se quiserem me convidar ano que vem, tô dentro.. rsrsrsrsrsr. Aos seguranças da universidade que foram de extrema simpatia e solícitos, a população local que nos recebeu de braços abertos. Agradecer ao Professor Jorge por me fazer voltar no tempo ao colocar as músicas dos anos 80 e lembrar da minha infância tão feliz. Esta viagem teve seu momento de nostalgia por muitas vezes, saber que o povo brasileiro apesar de tão sofrido não perde a esperança de dias melhores. Ao cruzar mais de 40 cidades e pecorrer mais de 4000 km fiquei pensando no que é necessário para ser feliz, dinheiro???? Poder???? Não, não foi isso o que vi. A felicidade está nos simples gestos, nas atitudes e simplesmente em ainda acreditar no ser humano.
Bom até a próxima por que agora tem o Petropólis Goumert e nossa andança ainda não terminou e será um Mês inteiro na região de Petropólis – Itaipava realizando mais um festival agora falando da Itália e suas influências no Brasil , pois este é o ano da Itália no Brasil, acompanhem a programação aqui e até lá.